Elevação das taxas das bets e eliminação da isenção de LCI e LCA: entenda a nova medida do governo

Após forte repercussão negativa e resistência no Congresso, o governo anunciou uma série de medidas para aumentar a arrecadação, como alternativa ao aumento do IOF, que tinha como objetivo arrecadar R$ 20,5 bilhões neste ano e R$ 41 bilhões em 2026. Entre as ações, estão a taxação de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA) em 5%, aumento da alíquota sobre apostas esportivas de 12% para 18%, e elevação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de instituições financeiras, de 9% para 15% ou 20%.

Apesar de o recuo na proposta de aumento do IOF ser considerado positivo por especialistas, há limitações. A economista Andrea Damico aponta que o recuo ajuda, pois a medida anterior prejudicava pequenas e médias empresas, mas destaca que o governo não apresentou medidas mais estruturais de controle de gastos, o que gera expectativa frustrada. Ela ressalta que as novas medidas arrecadatórias representam apenas um terço do necessário e que mais ações serão necessárias.

Outros analistas criticam o impacto dessas mudanças, como a tributação de LCIs e LCAs, que eram títulos isentos. Ainda há dúvidas se a taxação incidirá sobre o estoque atual ou apenas sobre aplicações futuras, o que pode gerar reação forte do setor agrícola e imobiliário. Além disso, especialistas alertam que elevar o custo de captação para setores estratégicos pode frear a atividade econômica e aumentar a desaceleração.

Por fim, há consenso de que o governo precisa de medidas mais estruturais para garantir uma melhora sustentável na economia, além de ações de contenção de gastos públicos.

Fonte: Info Money